ATA DA QUADRAGÉSIMA NONA SESSÃO SOLENE DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 27.09.1988.
Aos vinte e sete dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e
oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre, em sua Quadragésima Nona Sessão Solene da Sexta
Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura, destinada à homenagear o Dia
dos Avós e a Casa do Poeta Riograndense. Às dezessete horas e quarenta minutos,
constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os
trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as
autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver. Brochado da
Rocha, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Sr. Nelson Fachinelli,
Presidente da Casa do Poeta Riograndense; Srª Silvia Silva Benedetti, Vovó
Musa/88; Dr. Francisco Pereira Rodrigues, Presidente da Estância da Poesia
Crioula e representante da Academia Riograndense de Letras; Ver. Ennio Terra, proponente
da Sessão e, na ocasião, Secretário “ad hoc”. A seguir, o Sr. Presidente
concedeu a palavra ao Ver. Ennio Terra que, em nome das Bancadas do PDT, PDS,
PFL, PMDB e PC do B, homenageou os avós e os poetas, os quais tem o dom divino
de amenizar nosso cotidiano. Disse que feliz é o povo que ama seus avós e
poetas, que nos ensinam com sua experiência e sabedoria e nos alegram com a
beleza de sua poesia e sensibilidade. Após, o Sr. Presidente concedeu a palavra
a Srª Silvia Silva Benedetti e ao Sr. Nelson Fachinelli, que, respectivamente,
em nome dos avós e da Casa do Poeta Riograndense, agradeceram a homenagem
prestada pela Casa. Em continuidade, o Sr. Presidente fez pronunciamento
alusivo à solenidade, convidou as autoridades e personalidades presentes a
passarem à Sala da Presidência e, nada mais havendo a tratar, levantou os
trabalhos às dezoito horas e doze minutos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelo Vereador Brochado da Rocha e secretariados pelo Ver. Ennio
Terra, Secretário “ad hoc”. Do que eu, Ennio Terra, Secretário “ad hoc”,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será
assinada pelos Senhores Presidente e 1ª Secretária.
O SR. PRESIDENTE: Declaro abertos os trabalhos
da presente Sessão Solene, que se destina a homenagear à Casa do Poeta
Riograndense e aos Avós.
Como é praxe falará em nome das Bancadas do PDT, PDS, PMDB, PCB, PFL,
do PC do B, o Ver. Ennio Terra, proponente da presente Sessão.
O SR. ENNIO TERRA: Sr. Presidente; Sr. Nelson
Fachinelli, Presidente da Casa do Poeta Riograndense; Senhores Poetas e
Poetizas. Lamentamos que não tenha sido expedido o convite corretamente como
deveria porque hoje deveriam ser homenageados todos os avós do ano. Portanto,
por este lapso – nós somos passíveis de erros e erramos na execução dos
convites – a maioria das pessoas homenageadas não estão neste momento.
Estamos aqui novamente para homenagearmos os avós e a Casa do Poeta
Riograndense, repetindo carinhosamente a veneração de nossos corações às
personagens que fazem parte de nosso cotidiano, mas que têm o divino dom de
sensibilizar o âmago de nossas almas.
Sem querermos nos tornar repetitivos, sentimos que ano a ano montamos
um cenário de um grande espetáculo, um espetáculo que é o da própria vida, e
que trazemos para o palco de nossas lembranças, as estrelas e os astros de
sublime grandeza, para homenageá-los.
Essa homenagem anual, traz-me à lembrança dos tempos de criança, quando
da expectativa da chegada na cidade de um espetáculo circense, que sempre era
esperado com ansiedade e alegria, sempre trazendo novas atrações e grandes
emoções para todos, tornando sua apresentação um grande dia de festa.
Feliz do povo que, apesar de suas amarguras sócio-econômicas, ama seus avós e seus poetas, e tem a
oportunidade de demonstrar sua gratidão e seu carinho. Os avós que têm a
experiência de uma existência repleta de acontecimentos históricos, e os poetas
que nos fazem sonhar, pois têm a peculiaridade de tornar belas todas as coisas
da vida, mesmo as mais tristes nos trazem a emoção de um dia primaveril
colorido pelas flores de suas existências.
Analisando todo esse cenário emotivamente festivo, sinto-me deveras
pequenino ante tantas personagens ilustres da vida e do mundo lírico. Falta-me
as palavras exatas para definir a verdadeira emoção de homenageá-los, faltam-me
aquelas lindas e fluentes palavras do poeta, para que possa expressar o que me
vai no coração.
Como o sol raiando no horizonte, dourando os vales, campos e matas,
transformando com seu fulgor rios e lagos em ouro líquido, quisera eu, nessa
oportunidade, também surgir como um sol radiante, e poder com o calor de meu
abraço a todos os avós e poetas rio-grandenses, dizer-lhes: “Obrigado avós e poetas,
por mostrar-me que o mundo existe para o amor e compreensão entre os homens, e
para ter a sabedoria e a sensibilidade pelas coisas da vida”.
Ser avô e ser poeta é ser rico... Rico no saber, no sentir e amar, amar
todas as coisas, assim como “Deus” ama a sua própria criação.
Parabéns avós, parabéns Casa do Poeta Riograndese, o avô e o poeta têm
privilégio de serem divinos:
“Divino é o céu / Divina é a luz... / Divina é a mão / Que o mundo
conduz... / Divino é o sol / Com todo o seu fulgor... / Divino é Deus / Com
todo o seu amor... / Divina é a magia / Da própria natureza / Que em tudo cria
/ A sua real beleza... / Divino é o avô / Com sua existência... / Que transmite
a todos nós / Seu amor e experiência... / Divino é o sentimento / Que na alma
sempre atesta... / Sentindo que é divino / O coração de um poeta...”
Apesar desta simples homenagem que se faz à Casa do Poeta e ao avô,
sinto-me também homenageado por também fazer parte dessa plêiade voz, o avô
rio-grandense.
Portanto, espero, Sr. Presidente, que esta Casa possa todos os anos,
mesmo que eu não esteja, mas que outros que me sucederem possam homenagear,
porque o avô é esta pessoa, como eu dissera antes, que nos traz a experiência
para que no longínquo de nossa vida a gente possa dar esperança a todos os
nosso filhos. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, a Sra. Silvia
Silva Benedetti.
A SRA. SILVIA SILVA
BENEDETTI: Presidente
da Mesa, Ver. Brochado da Rocha; Sr. Nelson Fachinelli, Presidente da Casa do
Poeta Riograndense; Dr. Francisco Pereira Rodrigues, Presidente da Estância da
Poesia Crioula, representante da Academia Rio-Grandense de Letras; meus irmãos
poetas presentes. Coube a mim agradecer-lhes esta carinhosa homenagem que
enaltece a imagem dos avós, fazendo-nos sentir uma terna emoção, emoção que se
torna ainda maior, por entendermos, pela vivência que temos, toda a sinceridade
dos atos, dos gestos e das próprias palavras. O Dia dos Avós é comemorado em 26
de julho, dia de Santa Ana, a avó de Jesus. Concretização desse fato deu-se
pelo trabalho conjunto de Waldomiro Souza, Aron Menda, Vovô Joaquim, da TV
Gaúcha, Vidal de Negreiros e teve como executor o nosso querido poeta Nelson
Fachinelli, Presidente da Casa do Poeta Riograndense. Isso ocorreu em 1966, por
iniciativa do ex-Vereador Carlos Pessoa de Brum, a Lei Municipal 3909/74 veio
fundamentar esta efeméride. Inúmeros eventos marcam a passagem do Dia dos Avós
e são promovidos pela Casa do Poeta Riograndense, Grêmio Literário Castro
Alves, Clube Gaúcho da Trova, Clube dos Compositores Gaúchos, Instituto
Cultural Português e outros. Além da homenagem, a finalidade desta data é
promover a integração dos avós com os amigos, familiares e a própria sociedade
em todos os níveis de idade, num repúdio à discriminação que muitas vezes se
percebe em relação aos menos jovens. Ser avô é algo maravilhoso, gratificante!
Quando nossos filhos se fazem homens e partem em busca da construção de suas
vidas, para nós abre-se uma lacuna. Quantas vezes tolhemos um gesto de carinho,
um afago, uma carícia, que aquele jovem, aquele homem não vai entender. De
repente, surgem os netos! Anjos que descem à terra para devolver a poesia em
nossas vidas. Estrelas luminosas a espargirem luzes em nossa estrada. E nós
voltamos, então, a viver, a contar histórias, a cantar canções de ninar que
julgávamos esquecidas. Fazemos brinquedos, recordamos e nos retornamos à
mocidade pela magia destas crianças que passamos a amar como fossem os nossos
próprios filhos, com uma diferença, que, agora, nós temos mais tempo para lhes
dedicar, para atender os seus pedidos, dar-lhes atenção, compreensão e até o
carinho que muitas vezes não pudemos dar aos nosso filhos, levados pela
premência do trabalho.
Muito poderia ser dito, mas nada expressaria toda esta emoção de ser
avô, nada traduziria o amor que nós temos por estas crianças, como, também,
nenhuma palavra que eu possa dizer aqui, em nome dos meus colegas homenageados
pode traduzir a emoção que nós estamos sentindo, neste momento, por esta solenidade
que nos homenageia num preito de gratidão por este significado de sermos avós e
por gostarmos de poesia. Que tudo isso se traduza em amor, porque quem é avô
sabe amar. Quem é poeta, também, esparge amor, porque poesia é amor. Pela
poesia nós reclamamos, amamos, pedimos. Pela poesia nós conseguimos traduzir
muitas coisas que talvez falando assim nós não conseguimos, mas escrevendo nos
versos aquelas coisas saem. E o dia de hoje também é muito gratificante para
nós, pois hoje se comemora o Dia do Ancião. Então, eu encerrarei o meu
pronunciamento, renovando os agradecimento a todos os componentes desta Casa,
ao Ver. Ennio Terra, que me enviou o convite, e lerei uma poesia que fiz, cujo
título é: “Saber Envelhecer”. (Lê.)
“Saber envelhecer / jamais nos dá o direito / de interferir nas
decisões alheias / e resolver a coisa
‘ao nosso jeito’...
Saber envelhecer / é cultivar vivência / por já ter visto muito e
aprendido / agir pelo bom senso e sã consciência.
Saber envelhecer / não é sentir-se ‘dono da verdade’ / nem ser com a
bagunça conivente; / é saber acompanhar a realidade.
Saber envelhecer / é tempo de espera, / tempo de contemplação e não de
Guerra; / é reviver nos netos nova era / adaptado a um mundo diferente, /
idealizado e governado por outra gente / de mente mais aberta, mas moderna, /
sentindo o coração ainda quente / e estar disposto a lutar por novos dias / sem
ser condescendente com os abusos. / É só aprovar por serem certos, / os bons,
úteis e precisos usos.
Saber envelhecer / é cultivar na alma / o sinal dos tempos que
passaram; / é ser útil, lutar, estar presente, / e da vida aos jovens dar a
aula... / pelos erros e acertos que tivemos / pelos sonhos frustrados, pelos
compensados; / é mostrar que ser velho é estar vivo / e se ter para o futuro o
OLHAR VOLTADO.”
Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Sr. Nelson
Fachinelli.
O SR. NELSON FACHINELLI: Exmo. Sr. Ver. Brochado da
Rocha, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Srs. Vereadores, Senhores
e Senhoras. Oração de Agradecimento. Inicio esta oração de agradecimento, lendo
o pequeno e belo poema de nosso já imortal Patrono de Honra, Mário Quintana -
honra e glória da poesia brasileira -, que vem a completar 82 anos de vida e
poesia, intitulado “Emergência”. (Lê.)
“Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela
Abafada,
Esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
Para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.”
Sem dúvida, Srs. Vereadores, a poesia está onde o povo está. E a Câmara
Municipal é a lídima Casa do Povo de Porto Alegre. Por tal motivo, a poesia se
faz presente, o amor, a bondade e a confraternização, também, estão presentes.
Em verdade, nobres Vereadores, Senhoras e Senhores, a Casa do Poeta
Riograndense, por sua administração e associados, está sumamente honrada e
agradecida por esta significativa homenagem.
É ela quem diz, na voz do seu operário – Presidente -: “Esta é uma casa
de família, de irmãos, de operários e de cigarras em permanente atividade de
construção, no labor do dia-a-dia, no canto da noite-a-noite...”
E diz, melhor ainda, nosso ilustre associado Walmir Ayala, consagrado
poeta gaúcho, radicado no Rio de Janeiro: (Lê.)
“ A Casa do poeta está
Dentro do poeta,
No coração trepidante e insone do poeta,
Em todos os rumos dos pontos cardeais,
Por oceanos, atlântidas, cordilheiras,
Mapas celestes, nuvens, horizontes,
Sobretudo no pó,
No pó em que se há de tornar o sangue,
A imagem real, a vida e a morte,
Jamais o sonho do poeta.”
(In poema “A Casa do Poeta”)
Queremos agradecer aqui a todos os que fundaram e que ajudaram a
construir a expansão, a existência fraterna e o prestígio de que goza a Casa do
Poeta Riograndense, na comunidade porto-alegrense, de nosso Estado, com
ressonâncias em todo o nosso País. Inclusive na América Latina.
De modo especial, num preito de imorredoura gratidão, queremos citar
aqui os ex-Presidentes, os saudosos poetas Moacir Santana, Gilberto Carvalho
Bueno; os queridos irmãos em Cristo e Poesia: Mozart Pereira Soares, J. S. de
Jesus, Roberto Mara, e José Cezar Pinto; como também, aos diletos irmãos
conselheiros, poetas Hugo Ramírez e Clovis Assumpção.
Em nome da irmandade da Casa de Todos Nós, agradecemos aqueles que
souberam exaltar, em prosa e verso, a entidade homenageada: Lia Corrêa, Carlos
Roberto Soares, Demosthenes Gonzalez, Joaquim Muncks ( hoje na presidência do
Conselho de nossa Casa), Jalmar Pio Schneider, Francisco Pereira Rodrigues, Delcy
Canalles, Arlette Sacramento, Mozart Leitão, Sirlei Maria Davi, Maria Brasil de
Leão, Hugo Ramírez Filho, Rossyr Berny, ex-Vereador Rubem Thomé, e tantos
outros.
Ao complementar esta primeira parte, queremos citar agora um excerto do
saudoso poeta e político J. G. de Araújo Jorge – um dos mais populares poetas
de nosso País, que diz da validade da poesia e da importância do voto em todos
os tempos: (Lê.)
“Neste mundo de parabocos (sic), tecnicista e convulsionado, a poesia
deve responder ‘presente’.
Se é verdade que o poeta é o ‘vate’, o que antevê, o que faz
vaticínios, então deve colocar-se na vanguarda dos acontecimentos, desdobrando
sua mensagem de beleza e direção.”
Permitam agora, Sr. Presidente, nobres Vereadores, Senhoras e Senhores,
que prestemos a singela homenagem à Semana do Idoso, que hoje encerra, citando
um trecho da crônica “Retrato do Herói como Idoso”, da lavra do famoso irmão
escritor Moacyr Scliar, que é bem mais uma veemente denúncia; (Lê.)
“Os velhos constituem hoje o contingente mais marginalizado da
sociedade. Sobretudo pela carência – ser velho é quase sempre ser pobre.”
Depois de citar as recentes conquistas pelos idosos na Constituinte,
acrescenta Moacyr Scliar o seguinte:
“Os velhos são – por exemplo – freqüentes vítimas da violência, o que
faz com que as pessoas idosas pensem duas vezes antes de sair de casa à noite.”
E conclui: “Caminhar por nossas ruas, hoje, parece ser missão para Rambo ou
Charles Bronson”
Recebam, pois, queridos avós e avôs presentes, a carinhosa homenagem
dos netos simbólicos, poetas e artistas, expressa numa trova: (Lê.)
“Ser avó é duplamente
Ser mãe, de puros afetos:
- Primeiramente dos filhos;
Logo depois, de seus netos.”
Tomamos a liberdade de deixar aqui uma sugestão: quem sabe algum dos Senhores Vereadores possa apresentar o projeto “Recanto dos Idosos”, onde – nos mesmos moldes dos “Jardins de Infância” -, os nosso queridos idosos possam ter momentos de alegria, lazer e cultura, com segurança e dignidade.
Ao encerrar nossa oração, pobre de palavras cultas e difíceis, mas rica
de emoção e sinceridade, queremos expressar em nome da Casa do Poeta
Riograndense o nosso sentido preito de saudade e homenagem póstuma aos
seguintes nomes de expressão da história da cultura de Porto Alegre e de nosso
Estado: saudoso Ver. Pessoa de Brum, criador da Lei nº 3909/74, que oficializa
o “Dia dos Avós” em nossa Capital; a inesquecível poetisa associada Stella
Brum; ao sempre lembrado poeta Glênio Peres, Vice-Prefeito bem-amada Porto
Alegre; ao saudoso musicista Jessé Silva, co-fundador do famoso “Cafezinho
Poético-Musical”, de nossa Casa - que nesse mês também comemoramos 24 anos de
existência; ao recentemente falecido Diretor de Teatro e Cinema Pereira Dias; e
ainda ao consagrado poeta Menotti del Picchia, autor de “Juca Mulato”, patrono
do movimento poético nacional; e o nome de nosso saudoso sócio e ex-Vereador
Viton de Araújo.
Aproveitamos este feliz ensejo, Sr. Presidente e nobre Vereadores, em que a “Casa de Todos Nós” é homenageada e reconhecida por V. Sas., para formular alguns convites de importância para o movimento lítero-cultural e artístico de nossa Cidade: para apoiarem e prestigiarem o I Encontro Brasileiro de Trova, a ser efetuada na Capital dos gaúchos, de 3 a 6 de novembro de 1988, numa iniciativa conjunta da Casas do Poeta, do Instituto Cultural Português, do Grêmio Literário Castro Alves e do Clube Gaúcho da Trova – entidade que completa 4 anos no dia 4 de outubro do corrente ano; para comparecerem no dia 20 de outubro em nossa sede conjunta da Rua Visconde do Herval, 386, no Menino Deus, quando vamos comemorar o “Dia Nacional da Poesia”, o primeiro aniversário da sede e a homenagem pela cessão da mesma pelo nosso estimado sócio e Prefeito Dr. Alceu Collares; para apoiarem e divulgarem o I Concurso Literário sobre o tema “Apartheid” – em poesia, trova e prosa, com o prêmio “Nelson Mandella”, para atingir – entre outros objetivos: condenar todos os atos de preconceitos ou segregações raciais, sociais, ideológicos, religiosos, políticos, econômicos, etc., protestando, ainda, contra todos os atos de violência ou agressão, que, foram, estão ou venham a ser praticados pelo homem contra o próprio homem; para que nos ouçam em nosso programas culturais na Rádio Educadora, numa gentileza da benemérita entidade conhecida como FEPLAM, inclusive nas iniciativas “A Ronda (sic) Cultural” e revista “Rio Grande Cultural”, a ser lançada em outubro de 1988.
Por fim, reiteramos o nosso melhor agradecimento ao Legislativo da
Capital, aos nobres, cultos e sensíveis Srs. Vereadores, a todos enfim, que
prestigiaram esta Sessão Solene especial, em que a Casa de Poetas foi
justamente homenageada, em nossos “Avós do Ano” receberam merecida e carinhosa
homenagem.
Esta é a Casa do Todos Nós:
Nela, a nossa crença;
Por ela, a nossa voz. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Na qualidade de ser o
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, reitero as palavras oferecidas
pelo Requerimento da presente Sessão, Ver. Ennio Terra, que falando em nome das
Bancadas desta Casa expressou os sentimentos dela de um lado e de outro lado
colocou os seus sentimentos que norteiam os nossos trabalhos e nosso objetivos.
Permitam-me, por último, poder acrescentar apenas uma contribuição de
dizer que, ao longo do tempo, recolho sugestões para esta Casa. As feitas serão
devidamente anotadas para serem encaminhadas, permitindo-me, por último, fazer
um comentário que cato, assim, na análise do tempo, de que os velhos e outros
segmentos sociais minoritários ou oprimidos só são oprimidos na medida em que
os mesmos não têm dinheiro suficiente, na medida em que têm este dinheiro, em
que portam este dinheiro, este numerário, eles ficam bastante mais respeitados.
Registro isto porque acho que representa, no atual momento, pelo menos o
contexto da sociedade em que vivemos, na Cidade em que vivemos.
Sou profundamente grato a todos aqueles que, de uma forma direta ou
indireta, contribuíram para o êxito desta reunião. Muito obrigado.
(Levanta-se a Sessão às 18h12min.)
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